sexta-feira, dezembro 23, 2005

Uma canção de natal que a minha sobrinha aprendeu no colégio.


Logo que nasceu
Logo que nasceu
Jesus acampou
E à luz das estrelas
Uma voz soou ( sussurrou )
Uaaa... Uaaa...
Maria a Senhora
Logo o embalou ( aconchegou )
E à luz das estrelas
Uma voz soou ( sussurrou )
Uaaa... Uaaa...
Logo que nasceu
Jesus acampou
E à luz das estrelas
Uma voz sussurrou
Uaaa... Uaaa... Uaaa.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Os meus namoros



Olá aqui estou eu novamente para falar mais um pouco sobre mim.
Hoje vou falar sobre os meus namoros, não estão a pensar que eu uma marmanja de 16 anos nunca tinha namorado! Nah, namorei sim…
Pois, tive o meu primeiro namorado tinha eu uns 14 para 15 anos. Ele era o rapaz mais giro da minha rua, pensava eu (e mais umas quantas!!!). Começou o meu coração a bater mais forte que o costume, quando passava por ele. Um dia mandou-me um bilhete por um dos meus irmãos mais novos, a dizer que queria namorar comigo. Foi algo que me pôs corada o dia todo. De cada vez que pegava no bilhete, o meu coração parava.
Dizia então o bilhete: "gostava de namorar contigo pois que és uma miúda fixe, se quiseres aceitar este meu pedido, anda logo à noite à mercearia e eu vou ter contigo". Fiquei a ponto de explodir. Pensei não ir à rua nos 15 dias seguintes, embora gostasse dele, mas aquilo era para mim muito confuso. Achava que morria de vergonha se ele se aproximasse de mim e, por isso, ficou logo decidido não ir à mercearia.

O meu pai, no entanto, havia de me trocar as voltas, porque me mandou buscar um maço de cigarros, coisa que a minha mãe logo aproveitou para me mandar comprar mais umas coisas. Se à ordem da minha mãe ainda podia dizer que não queria ir, a ordem do meu pai era nem pestanejar se podia, era ir e pronto. Assim, lá fui eu, ainda cedo, esperando que, por sorte, ele não estivesse à minha espera. Quando vi que não estava, fiquei muito aliviada e comprei o que tinha de comprar, desatando a correr em direcção a casa, de seguida. Quando já estava a fazer a curva para chegar a casa, ouvi alguém chamar-me e dizer "Espera aí!". Cristo, fiquei aterrada! Era ele! Aproximou-se de mim e disse-me que estava à minha espera desde o meio da tarde. A consequência foi evidente: fiquei num estado de vergonha tão grande que não consegui articular uma palavra. Ele, gentilmente, pegou no saco das compras e acompanhou-me até perto de casa. Quando estavamos já próximo acabei por lhe dizer para não me acompanhar mais, porque o meu pai podia estar à minha espera. Ele concordou e pediu-me para voltar á mercearia no dia seguinte. Com a cabeça, assenti.

Entrei em casa de tal maneira transtornada que era impossível não notarem que alguma coisa se tinha passado. Sentia o que se tinha passado como uma vergonha,um peso na consciência, como se tivesse cometido um grande pecado. Não consegui comer nada ao jantar, tal era o meu estado! No entanto, no meio de tantos irmãos, os meus pais acabaram por não notar nada. Fui para a cama sonhar com o que se tinha passado. Não consegui dormir, tal era o meu estado de ansiedade. "O que vou fazer?", pensava eu, "já namoro e vou ter de me casar!". Meu Deus, que confusão ia na minha cabeça! Hoje quando penso nisso é impossível não sorrir, mas que foi terrível, isso foi mesmo.

Depois dos primeiros encontros a coisa começou a melhorar. Ele era um rapaz bem maneiro, ia para a minha casa, andava nos campos dos meus pais aos pássaros, ora com fisga, ora com uma pressão de ar. Comecei a habituar-me a vê-lo por lá.
Eu sou, e sempre fui, uma pessoa de paixões intensas, mas sempre fui muito cuidadosa com a minha reputação e, por isso, enquanto ele andasse lá pelos campos dos meus pais, eu não saia de casa. Um dia, numa das minhas saídas para ir à mercearia, ele acompanhou-me como de costume e quando nos abeiramos de casa, disse: "Já namoramos há 2 meses e ainda não te dei um beijo, vou dar-to agora!". Aproximou-se e deu-me um beijo na face, seguido de outro. Que beijos mais complicados(!), pensei eu, pois cravava os lábios sobre as minhas bochechas e demorava muito a completar o beijo, nunca ninguém me tinha dado um beijo assim.
Quando consegui soltar-me das mãos dele desatei a fugir para casa. "Ora,meu Deus o que fui eu fazer? Deixar aquele rapaz dar-me beijos, o que ia ser de mim? Ia ter de casar com ele, estava perdida!". Lembrava-me de ouvir as empregadas dos meus pais dizer "Antes deles nos apanharem até as pedras da rua si riem para nós, depois é só dor e desgosto, nada mais tem brilho.". Ora pois, e eu que ainda nem sequer tinha tido as pedrasa rirem-se para mim, como tinha sido capaz de deixar que me desse os tais beijos, como tinha sido possível ter deixado aquilo ter acontecido! E eu que nem tinha gostado dos beijos! Foi muito complicado para mim, fiquei com a amarga sensação de que já não era uma rapariga livre, que tinha de casar com ele.

Confesso que não gostei e que me senti muito mal. A partir daí, o meu irmão mais velho, que deve ter visto a cena das beijoquices e deve ter contado em casa, o meu pai proibiu o "namorado" de entrar nos nossos campos. A minha mãe, muito simplesmente, disse que não gostava dele porque fumava, o que arrumou a questão. Ainda tentei "dar luta" durante uns meses, mas essa luta acabou aquando dum baile numa garagem de uns amigos, a que o meu pai não me deixou ir, mas a que o "namorado" foi e lá dançou com uma rapariga vizinha dele. Aí fui eu a acabar com o namoro. Nunca mais! Isso foi um alívio para o meu irmão, que ainda me chegou a dar uns cascudos por causa do namorado, tal era a perseguição que me fazia.

Foi com essa idade e da forma descrita que recebi o primeiro beijo e foi ele o meu primeiro namorado. E como o que custa é começar, a partir daí o que mais tinha eram pretendentes. Eram cartas, bilhetes, recados. Acho que me tornei mais ousada, menos tímida, depois dessa aventura. Mas namorar não era o meu forte. Detestava não acompanhar as minhas amigas para todo os lado e, claro que namorando isso não podia ser. Tinha de optar e a opção foi a liberdade, nada de namoros. Mas andava sempre em estado de paixão, ora por um rapaz que tinha conhecido no cinema, ora por um que tinha conhecido num baile de garagem. Eram paixões só minhas, eles nunca sabiam!

Com 17 anos, os meus pais levaram-nos pela primeira vez ao fogo do S. João. Conheci aí conheci um rapaz de uma freguesia um pouco distante. Pareceu-me muito interessante, vestia muito bem, era muito educado, bastante alto. Combinámos sair no dia seguinte. Durante o encontro ele pediu-me, oficialmente, namoro, e pela primeira vez na minha vida comecei verdadeiramente a namorar. Tinha a aprovação da minha mãe, o que para mim era um ponto negativo, pois sempre detestei fazer as coisas direitinhas. Achava que era fantástico e que tinha mais encanto se fizesse tudo no contra. Detestava que dissessem "muito bem, assim gosto!". "Quem tem de gostar sou eu", pensava eu, "e então se eles gostam, não gosto eu!".
Portei-me bastante mal com estee rapaz, acho que o fiz sofrer muito, e ele aturava-me tudo! Tinha de andar 10 Km a pé para se encontrar comigo, e eu era capaz de passar a tarde em grupo e não lhe prestar atenção nenhuma! Só quando a minha mãe chamava para entrar para casa, eu lhe dizia alguma coisa e era... "vou-me embora!". Coitado, aturou esta minha rebeldia durante uns 3 anos, até ter ido para a tropa. Essa partida foi um alívio para mim, mas aí portei-me de modo muito mais simpático, pois escrevi-me sempre com ele durante a o tempo que esteve em Angola.